por um instante
o que se sente precisa
do que se faz
nn-metamorphosis
o que se sente precisa
do que se faz
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(Um poema para o meu
aniversário)
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2de 7
Caminho na altura dos sonhos
onde o vento é dúvida
e o fio destino
Debaixo de mim
não vejo nada
mas sinto a rede discreta
tecida pela confiança
que ainda guardo em mim
e nas poucas mãos
que nunca me deixaram cair
A rede invisível
não prende
não impede o voo
Apenas me recorda
que mesmo quando o mundo decepciona
há forças silenciosas
que amparam o salto
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Travessias da Equilibrista
Pai
Na rua cruzaram-se
o tempo parecia brincar
quinze anos de silêncio
num instante a desatar
Sentaram-se frente a frente
no café da esquina esquecido
do passado vieram histórias
do presente, o riso contido
Falaram de outros tempos
de amigos já dispersos
uns casaram, outros partiram
e os encontros tornaram-se escassos
Não havia mágoa, só memória
nem saudade que doesse demais
havia o conforto simples
de reencontrar um velho amigo
e saber que entre o ontem e o agora
a amizade ainda tem lugar