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06/10/2025

Amor é... mas não é




ele diz que a ama
ela acredita
por um instante

o amor sente-se
sim
mas sentir não chega
não basta para durar

o amor é o que se faz
quando o dia pesa
quando o corpo cansa
e ainda assim
há cuidado

é ela preparar o café
não por hábito
mas porque hoje
ele precisa

é ele pôr a mesa
porque hoje
é ela
que chega mais tarde

o amor é escolha
repetida
no silêncio
e no gesto

amor é prática
amor é cuidado
amor é insistir em ficar

amor é…
mas não é

o que se sente

o que se sente precisa
do que se faz


*** 

2025-10-06 . AMOR É … MAS NÃO É 
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21/09/2025

À porta do Outono

 

Domingo, fim de tarde

O Verão despediu-se hoje com a sua luz dourada e preguiçosa. Senti-o claramente: o ar já não traz a vibração dos dias quentes, mas uma doçura calma, quase rendida. Passei a tarde a observar como as sombras se alongam mais cedo, como o céu parece querer descansar, e dei por mim a sorrir com essa melancolia leve que nunca sei bem se é saudade ou alívio.
 
Amanhã chega o Outono. 
Sinto-me pronta para o receber. Há qualquer coisa de reconfortante nesta mudança: o cheiro prometido da terra molhada, as folhas que hão-de cair em tons de cobre e ferrugem, o convite ao recolhimento e à serenidade. É como se a natureza me desse permissão para abrandar, para me voltar mais para dentro, para escutar o que em mim também pede silêncio e pausa.
 
Dou as boas-vindas ao Outono como quem recebe uma visita esperada. Não com euforia, mas com a ternura de quem reconhece no tempo que passa uma sabedoria maior. Que ele me traga serenidade, tardes longas de chá quente, e a lembrança de que cada fim é também um início disfarçado.

 

***
 2025-09-21 - À PORTA DO OUTONO - Reflexoes
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19/09/2025

Essencial

 
A felicidade para mim
é ter o corpo leve
sem dores que pesem nos passos
 
É deitar a cabeça na almofada
sem fantasmas à porta
sem sombras na janela
 
É abrir os olhos de manhã
e sentir que o peito respira
sem pressa
sem medo
sem angústia
 
O resto
os sonhos os desejos
as conquistas
vêm depois


 ***

2025-09-19 – ESSENCIAL 
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17/09/2025

Difíceis de lidar, mas com impacto

 
Estava sentada numa mesa de café, a meio da tarde, num espaço quase vazio. Fui convidada pela própria organizadora a participar numa reunião para juntar dinheiro e bens de primeira necessidade para uma família monoparental que após um divórcio, se reinventa e segue em frente..
 
Enquanto a organizadora esteve presente, o pequeno grupo, que me pareceu já se conhecer entre si, ao contrário de mim,  rodeava-a de sorrisos e elogios exagerados. Cada pedido ou ideia era imediatamente elogiado, gerando mais uma enxurrada de elogios vazios que soavam forçados e artificiais, destoando do objetivo da reunião.
 
Mas, quando a organizadora saiu e eu esperava para pagar o café, o ambiente mudou imediatamente. Surgiram comentários como: “É difícil de lidar”, “Raramente está de acordo”, “Dificilmente lhe ouves um elogio.” O contraste era evidente: enquanto estava presente, recebia elogios falsos; fora do seu alcance, era julgada e rotulada.
 
A experiência mostrou-me como a bajulação distorce a percepção das pessoas. Quem não se presta a esse jogo de elogios vazios acaba rapidamente rotulado de “difícil”, mesmo agindo com honestidade.
 
Só um aparte; Elas não sabem, mas, tal como a organizadora, eu sou das “difíceis de lidar”: elogios e bajulações ocas não fazem parte dos pratos que engulo, nem a custo.
 
Apesar de tudo, conseguimos reunir um bonito valor e alguns cabazes de compras não perecíveis, higiene e limpeza para alguns meses.
 
No fim, é isso que realmente importa: a ajuda que chega de forma concreta e útil. O resto é isso mesmo, resto.


***

2025-09-17 - Difíceis de lidar, mas com impacto
nn-metamorphosis 


16/09/2025

Sou música, ainda que fragmento

 
Eu sou música e com cada nota danço a vida


***

2025-09-16 - Sou música
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Sou música (mesmo em Japonês)

 

Dança da vida
sou ritmo em movimento
sou harmonia


***
2025-09-16 - Sou música
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Sou música

 



Sou música
sou som que se espalha no ar
e com ela danço a vida
a passo
com compasso
deixando-me levar

Cada nota é caminho
cada silêncio respiração
a dança é o destino
que nasce do coração


***

2025-09-16 – Sou música
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15/09/2025

Setembro em pessoa

 


Se setembro fosse gente
teria o bronzeado dos últimos dias de verão
cheiraria a livros novos e cadernos por estrear
traria nos bolsos a promessa de lareiras acesas
castanhas assadas cacau quente e silêncios bons

Falaria com voz de brisa entre folhas douradas
vestiria suéter leve e meias de lã
guardaria memórias do mar entre os dedos
e olharia o futuro com olhos de recomeço

Tocaria o coração com mãos de saudade
oferecendo tardes douradas e manhãs frescas
com um sorriso tímido de quem parte devagar
mas deixa o outono inteiro por desvendar
  

(Um poema para o meu aniversário)


 ***

 2025-09-15 – SETEMBEO EM PESSOA 
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12/09/2025

Como um pé de vento

 


Demorou a adormecer
estava meio passional por dentro
não era tristeza nem saudade
apenas um tumulto
uma inquietude sem nome

Se tivesse o dom de se evaporar
iria como um pé de vento a dançar
seria brisa num campo qualquer
ou sombra numa rua escura a correr
escutando a noite sussurrar
os segredos que o mundo quer guardar

E enquanto o mundo dormia em silêncio
sentiu que tudo podia existir
como folhas levadas pelo vento
ou sonhos que aprendem a fugir
 

 ***

 2025-09-00 –Como um pé de vento
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11/09/2025

No circo da vida (7): Ainda na corda




Não morri
Estou quebrada sim
mas a quebra não me fez pó

Sou cacos que brilham
quando a luz insiste
sou rachadura
por onde a coragem entra

O mundo pensa em ruínas
eu penso em sobrevivência

Ainda caminho
mesmo que trémula
ainda ergo os olhos
mesmo que cansados

Porque a corda está ali
e enquanto houver fio
haverá passo

Não morri
Estou quebrada
mas ainda e sempre
na corda


***

2025-MAI - No circo da vida:  Ainda na corda
nn-metamorphosis


Epílogo

 Cada palavra que escrevi é um passo
e cada passo, mesmo que trémulo
 prova de que ainda existe caminho e corda



10/09/2025

No circo da vida (6): A pausa entre passos




Não é o salto
não é o gesto
que garante equilíbrio

É a pausa
A respiração funda
o instante breve
em que nada acontece
mas tudo se recompõe

No silêncio entre dois passos
encontro a minha força
E descubro que às vezes
o que me sustenta
não é o andar
é o parar


***

2025-MAR - No circo da vida:  A pausa entre passos
nn-metamorphosis


09/09/2025

No circo da vida (5): A corda esticada do tempo




Entre o ontem que já partiu
e o amanhã que ainda é promessa
há este fio esticado
presente

Se olho para trás vacilo
Se me lanço à frente tropeço
Só o agora
aguenta o meu peso
só nele encontro chão
mesmo sem chão

E compreendo
o tempo é a corda

eu sou a travessia


***

2025-FEV - No circo da vida: A corda esticada do tempo
nn-metamorphosis



08/09/2025

No circo da vida (4): O vento do medo




O vento sopra alto
balança o fio
balança o peito

Penso em desistir
mas descubro que o medo
não é inimigo
é aviso
é lembrança de que vivo

E quando ergo o rosto
vejo que o vento
só existe
para me ensinar
a firmeza dos passos


***

2025-FEV - No circo da vida: O vento do medo
nn.metamorphosis


05/09/2025

No circo da vida (3): O aplauso do silêncio



No alto da corda
os olhos não buscam plateias
Aprendi que o som do mundo
é frágil passageiro

O que sustenta os meus pés
não são as palmas
mas a certeza de que avancei
mesmo quando o medo
me chamou pelo nome

Há um aplauso secreto
que só o silêncio conhece

o coração que pulsa firme
a respiração que agradece
por não ter desistido
de si


***

2025-JAN - No circo da vida:  O aplauso do silêncio
nn-metamorphosis


04/09/2025

No circo da vida (2): A rede invisivel

2de 7



Caminho na altura dos sonhos
onde o vento é dúvida
e o fio destino

Debaixo de mim
não vejo nada
mas sinto a rede discreta
tecida pela confiança
que ainda guardo em mim
e nas poucas mãos
que nunca me deixaram cair

A rede invisível
não prende
não impede o voo
Apenas me recorda
que mesmo quando o mundo decepciona
há forças silenciosas
que amparam o salto


***

2025-JAN - No circo da vida:  A rede invisível
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03/09/2025

No circo da vida (1): Sou a Equilibrista


Travessias da Equilibrista


 Prefácio

Sou alguém que procura equilíbrio
entre quedas e passos
e que descobriu nas palavras
uma forma de continuar a travessia
 
Travessias da Equilibrista é composta por 7 poemas
Não surgiram de uma vez
mas passo a passo, bem devagar
como quem caminha numa corda esticada
 
Catarse de alguém
que mesmo quebrada
segue em frente:
ainda e sempre
na corda


***




Equilibro-me
na ténue linha
entre escolhas e consequências

como quem dança
sobre o fio invisível
que separa o medo
da coragem

Cada passo é decisão
cada gesto semente
lançada ao tempo
flores ou espinhos
não sei

E a isto chamo viver
ser livre
mesmo sabendo
que a liberdade
pesa tanto quanto o risco
mas ilumina
sempre
o caminho


 ***

2025-JAN - No circo da vida: Sou a Equilibrista
nn-metamorphosis




28/08/2025

Querida vida


Hoje, 27-08-2025 - ao sentar-me para tomar um café, fui surpreendida por uma cena singela e, ao mesmo tempo, profundamente comovente.
Duas senhoras, de idades já vestidas pelo tempo, sentaram-se na mesa ao lado. Falavam baixo, mas com uma intensidade que atravessava o silêncio entre os goles de café. Dissertavam sobre a vida -  sobre quedas, recomeços, solidão e afetos. No entanto, havia uma pergunta que se repetia entre elas:
 
“O que vale mesmo a pena guardar?”
 
Fiquei com essa pergunta a ecoar em mim. E é com ela no pensamento que te escrevo, querida vida:
 
 ***
Querida vida,

 

Escrevo-te com o coração tranquilo e o olhar pousado no que ficou para trás - não com saudade amarga, mas com um sentimento profundo de gratidão. Ao longo do caminho, fui percebendo que nem tudo merece ser guardado. E, ainda assim, há coisas que faço questão de levar comigo.
 
Quero guardar os momentos em que o amor falou mais alto. Os abraços que aqueceram a alma, as palavras que chegaram no momento certo, os silêncios que acolheram melhor do que qualquer explicação. Esses pequenos grandes instantes que, por mais breves que tenham sido, deixaram marca.
 
Quero guardar a simplicidade dos dias comuns - o cheiro do café logo de manhã, a brisa suave num final de tarde, as gargalhadas partilhadas com quem é de verdade. São esses detalhes que, no fundo, sustentam o coração.
 
Da dor, quero guardar apenas aquilo que me ensinou. As quedas que me obrigaram a levantar, os recomeços que exigiram coragem, as perdas que me ensinaram a valorizar o que ainda tenho. A dor passa, mas o que aprendemos com ela fica.
 
Quero guardar também as pessoas que me tocaram com sinceridade. Algumas ficaram, outras seguiram o seu caminho, mas todas deixaram algo em mim. E isso, por si só, já merece ser lembrado com carinho.
 
E, acima de tudo, quero guardar a pessoa que me tornei. Com todas as marcas, os sorrisos, as lutas e os sonhos. Porque a vida, no fim de contas, é isto: uma construção contínua de tudo aquilo que escolhemos guardar no coração.
 
Com carinho,

 

 ***

2025-08-28 – QUERIDA VIDA
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Pai

 

Pai

a tua ausência é presença
a tua voz é silêncio que fala
O amor que me deste
não partiu contigo
vive em mim
para sempre

  

2025-08-28 ­– Pai - saudade
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22/08/2025

Perfumes da memória


 
Cheiros que se fazem raízes
adormecem
mas um sopro basta
para me levarem de volta
 
Beijos repenicados dos pais
colo e riso
 
Café da avó
abraço quente a abrir manhãs
 
Maçãs bravias da tia
sol guardado na casca
 
Chuvas de verão
pó lavado
pele fresca
 
O mar 
sal, brisa
casa sem chave
 
E aquele instante:
Jesuíta a sair do forno
cheiro que é já memória
 
E tu
primeiro olhar
um odor guardado no ar


***
2025-08-22- Perfumes da memória
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21/08/2025

Cicatrizes

 
Perguntaram-lhe
por que caminhava leve
por que segurava o gesto
por que evitava ferir
 
Silenciou por momentos
como quem guarda o mar no peito
e respondeu baixinho
quase em sussurro
 
É que eu sei o quanto dói
Já provei o corte invisível
já senti o peso da ferida
que não se vê mas nunca esquece
 
Por isso cuido
por isso calo
por isso abraço com cuidado
porque a dor
quando toca
fica

*** 

2025-08-21  - Cicatrizes
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20/08/2025

Entre o passado e o agora

 



Na rua cruzaram-se
o tempo parecia brincar
quinze anos de silêncio
num instante a desatar

Sentaram-se frente a frente
no café da esquina esquecido
do passado vieram histórias
do presente, o riso contido

Falaram de outros tempos
de amigos já dispersos
uns casaram, outros partiram
e os encontros tornaram-se escassos

Não havia mágoa, só memória
nem saudade que doesse demais
havia o conforto simples
de reencontrar um velho amigo
e saber que entre o ontem e o agora
a amizade ainda tem lugar

 
 

 

 ***

2025-08-20 - Entre o passado e o agora
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19/08/2025

Com os pés em terra e a alma no mar

 


Pés presos à pedra
raízes na areia
mas dentro de mim
um oceano se ergue
 
Caminho na rua
mas ouço marés
as ondas em fúria
batendo-me no peito
 
A terra é descanso
mas nunca sossego
o mar é chamado
ferida e remédio
 
Quem vive entre mundos
aprende a sonhar
um corpo enraizado
mas pronto a voar




***
2025-08-19 -  Com os pés em terra e a alma no mar
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Quem sabe

 
Quem sabe o sonho seja a verdadeira realidade, e a vida apenas o seu eco.


 
 ***
2025-08-19 
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18/08/2025

Amor onde cabe o mundo


  Amo-te
mas não com um amor isolado
de portas fechadas e cortinas corridas
 
Amo-te
com as ruas, as vozes
os cartazes que tremem em mãos cansadas
 
Amo-te
com o grito preso de quem não come há dias
com o suspiro de quem veste roupa de marca
e não sente nada por dentro.
 
Amo-te
porque é preciso resistir ao esquecimento
num tempo em que tudo se vende
em que a vida é montra e a esperança está em saldo
 
Amo-te
com a ternura que não se cala
com a coragem que enfrenta a desigualdade
como se abraça um amigo ferido
com firmeza, com calor
sem desviar o olhar
 
E quando o mundo tenta ensinar-nos
que amar é possuir
eu insisto que amar é libertar
até que a última esquina seja nossa
até que o último punho erguido
possa também descansar na paz
que hoje ainda é sonho
 
Amo-te
e neste amor cabe o mundo inteiro

 

 

2025-08-18 - Amor onde cabe o mundo
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15/08/2025

Quando a paixão se faz casa

 

Já não arde o incêndio de antes
não queimam as horas na pressa de estar
o fogo fez-se brasa
e a brasa, calor
silencioso, constante

Os beijos já não se precipitam
chegam mansos, certos
como o sol da manhã que não precisa provar nada

 O amor aprendeu os silêncios
conhece o peso e a leveza dos dias
guarda na memória o contorno das mãos

Não é menos amor por ser tranquilo
é mais
porque resistiu ao tempo
porque escolheu ficar
mesmo quando já não precisa

E, quando o mundo lá fora grita
é aqui que o coração repousa
na casa que se construiu
com o que sobrou do fogo
e com tudo o que nasceu depois

 


 2025-08-15 - Quando a Paixão se Faz Casa 
nn-metamorphosis

 

 

14/08/2025

Entre o Mar e a Saudade

 

Primeiro, mar. Muito mar. Por dias. A perder de vista, um horizonte sem fim que se perde no azul imenso.


Depois, terras vermelhas, palmeiras que balançam ao vento quente, o calor que se entranha na pele e os sons que envolvem a alma.

Assim se apresentou Angola (Luanda): com a sua luz, a sua cor, a sua vida… agora, saudade. Uma saudade que escapa, como areia fina entre os dedos.


A memória de Angola permanece comigo, como uma melodia distante. Aos poucos, perde as notas, mas não a intensidade do sentimento. 
Há muito não vejo as palmeiras a moverem-se ao vento que eu sentia no rosto, e o calor já não me envolve. No entanto, a essência de tudo o que vivi ali ficou gravada, imutável.

Angola vai-se afastando, como um eco que se desvanece, mas que nunca se deixa de ouvir.
A saudade agora é uma névoa suave que envolve os dias, uma lembrança que persiste onde o tempo e a distância não chegam.
 
Mas, por mais que se desvaneça
Angola será sempre parte de quem sou.


2025-08-14 - Entre o Mar e a Saudade
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12/08/2025

O eco de sentir demais



Não sou feita de ausências
Mas, às vezes, esvazio-me
Fico quieta por dentro — não é bem dor, nem é tristeza

É uma imobilidade estranha, como se algo se apagasse em mim
 
Não há motivo visível
Só um sentir que transborda
sem nome, sem forma, sem aviso
 
Sinto demais

E quando sinto, tudo pesa
O tempo, as falhas
as palavras que disse — e talvez ainda mais as que escolhi calar
 
Refletir é tormenta
Pensar demais arrasta tudo
como um vento forte que varre os cantos da mente

E a ideia de que tudo depende de mim
Não ajuda
é como tentar segurar o céu com as mãos - irreal
 
Então, obrigo-me

Respiro. Foco no agora
Agarro o instante com cuidado
com atenção, com medo, mas com força
 
Não sou tristeza. Sou excesso

E o excesso, por vezes, também cansa
Mas sigo
Porque mesmo quando transbordo, ainda há poesia

 
 
2025-08-12
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