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27/08/2018

22/08/2018

Um dia de pirete


A primeira vez que ouvi tal expressão, fiquei meio confusa, não a entendi, e por isso, não reagi, mas devo ter ficado com cara de ponto de interrogação, porque de imediato a pessoa me pergunta, não achas? Na verdade eu não achava nada, também não tinha perdido, e não sabia o que responder, até porque aquela frase não cabia na conversa que estávamos a ter, pelo menos, eu não conseguia encaixá-la. Como continuava sem responder, lá se deve ter feito luz na cabeça da minha amiga que rindo, a bom rir, me diz: Ah, esqueci que não és daqui, um dia de pirete, um dia de calor abrasador, entendes agora? Entendi sim senhora, está mesmo muito calor, respondi. 

Pois, é isso mesmo
hoje está mais um dia de 
pirete  
 :-)

 


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2018-08-22
nn(in)metamorphosis 

 

20/08/2018

São rosas senhor


É verdade que no Inverno, esta senhora não poderia fazer este trabalho e ganhar algum dinheiro. Mas, ontem, em Coimbra, estava muito, muito calor. Acredito que, mais de 35º. E ela ali estava, imóvel, dentro de um traje pesado, todo purpurina, tecido e pele, ao calor abrasador. 
Vi, quando chegou, e alguém lhe arranjava o espaço e colocava um pequeno palco, onde nada mais cabia que os seus pés. 
Vi, a curiosidade crescente de quem passava, e a surpresa que tinha, quando se chegava aquele pequeno vaso, no chão,  também ele dourado e adornado com rosas da mesma cor, para depositar uma moeda e, a Rainha Santa, em gestos lentos, muito lentos, levava a mão ao saco que segurava na outra mão e retirava uma pequena rosa que oferecia. 
Vi, que era uma senhora de feições finíssimas, dona de dois lagos límpidos, por olhos. e que rondaria os 50 anos, mais coisa menos coisa.
Impressionou-me, a dignidade com que fazia aquele papel.


  Ainda que possa ser por gosto, há sopas que se ganham de forma muito dura.



  Também eu, trouxe uma pequena rosa.
  
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Deixo a música do seu vizinho mais próximo



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2018-08-19
nn(in)metamorphosis

14/08/2018

O tempo de não estar




Sentiu que um chá a acalmaria. Pediu um café, em chávena escaldada sem colher nem açúcar.


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2018-08-14
nn(in)metamorphosis

06/08/2018

Suplícios




Fogo
fonte de vida e de morte
Pelo meio 
a existência de corpos
macilentos, extenuados
numa mente, que
mesmo em delírio
se pergunta
quanto mais tempo aguento?
quanto mais tempo aguenta
esta terra queimada
para desistir de nós
e nos deixar à nossa sorte
ou
ao que fizemos dela? 


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2018-08-06
n(in)metamorphosis






03/08/2018

Poliglota


Ou... os desaires de o não ser  :-)

Era "DREAM" 
mas a senhora das limpezas não sabe inglês


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2018-08-03
nn(in)metamorphosis



02/08/2018

Desidratação e Sintomas


Bem oportuno, neste Verão tardio e em brasa   :-)




 Recebi por mail da: A Nossa Travessa
 
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2018-08-02
nn(in)metamorphosis

01/08/2018

Da escrita, da motivação, e da interpretação





Acredito que escrever seja um acto solitário. Escreve-se por vários motivos e diferentes serão, também, os objectivos.

Escreve-se para partilhar, quer experiências, quer ficções.
Escreve-se por profissão e por promoção.
Escreve-se experiências vividas, situações imaginadas, e situações ambígenas - em parte vividas, em parte ficção - e, até, situações imaginadas que o autor gostaria que tivessem sido vividas. 
Escreve-se para exorcizar sentimentos e pensamentos, preocupando-se, quem escreve, apenas com a função e não tanto, com quem lê.

Na verdade, só quem escreve sabe o que o motiva, o que é real e o que imaginou. E, essa é, defendo eu, a razão da beleza da escrita e da sua grandeza – enviar uma mensagem e deixar ao leitor a liberdade de a interpretar a seu modo, de acordo com as suas vivências ou com as suas necessidades no momento. Não sendo invulgar que, um texto lido pela mesma pessoa, em períodos de tempo diferentes, tenha diferentes interpretações. O estado de espírito do leitor contribui muito para tal.

Resumindo,
não é importante querer entender o que o autor quis dizer, que razões o levaram a escrever aquele texto, ou a quem se dirigia. Ler é um prazer, e deve ser usado como tal e para tal. Que cada um se preocupe com a sua interpretação, com os sentimentos que o texto lhe inspirou, independentemente de quem o escreveu, ou porque o escreveu. Que cada um saiba tirar prazer do acto, mesmo que o texto lhe inspire tristeza, apreensão ou tão só indiferença.



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E agora, perguntam-se alguns:
Ela está a mandar um recadito?
Estou!  :)

Oh perguntem lá
A quem?

Por enquanto  - a um/a  anónimo/a  que se manifesta muito preocupado/a  e sem saber para onde cair – Se estou a morrer ou se fui abandonada.

Caro/a  anónimo/a – Não se preocupe, eu estou bem e recomendo-me.

Como diria meu pai – o que estimo é o que lhe desejo.

noname

PS: Volte sempre e usufrua despreocupado/a  do prazer que é ler   :)


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2018-08-01
nn(in)metamorphosis


Endoestesia


wishing to die alone




Quando,
Sozinha, estou menos só

Não preciso escrever solidão
quando a sombra do silêncio chega
e abraça o meu corpo, trazendo
os pensamentos mais longínquos
os sonhos guardados na arca do tempo 
para esquecer de os sonhar

Não preciso devorar luas
nem contar estrelas sem fim
nem iluminar-me de versos
tão diversos no meu eu
nem revirar o meu avesso  em noites nuas
num de cá para lá dentro de mim

Saio do meu corpo
e viajo solitária, respirando
o ar da vida o abafo da ternura
nestes extensos versos
que me afagam o coração




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2018-08-01
nn(in)metamorphosis