Trajecto
Na vertigem do oceano
vagueio
sou ave que com o seu voo
se embriaga
Atravesso o reverso do céu
e num instante
eleva-se o meu coração sem peso
Como a desamparada pluma
subo ao reino da inconstância
para alojar a palavra inquieta
Na distância que percorro
eu mudo de ser
permuto de existência
surpreendo os homens
na sua secreta obscuridade
transito por quartos
de cortinados desbotados
e nas calcinadas mãos
que esculpiram o mundo
estremeço como quem desabotoa
Mia Couto
Poema e imagem enviado por: Fernando Martinho
29/11/2011
25/11/2011
TIC TAC
Tic tac Corre o tempo
Tic tac Tão veloz
Tic tac Sem lamento
Tic tac Atrás de nós
Tic tac Onde vais?
Tic tac Vivo a vida
Tic tac E o amor?
Tic tac É sem medida
Tic tac Onde paramos?
Tic tac Não sabemos
Tic tac E o sentido?
Tic tac É só vivermos
Tic tac Parece pouco
Tic tac Mas é tanto!
Tic tac num sorriso
Tic tac ou até pranto
Tic tac e descansar?
Tic tac O ar não espera
Tic tac Vive a voar
Tic tac Logo é quimera
Tic tac E quanto tempo
Tic tac Dura uma vida
Tic tac Dura o momento
Tic tac e é despedida...
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25.11.2011
nn (in) metamorphosis
Saudade
Não é difícil falar de saudade,... É doloroso vivê-la... E difícil amá-la quando deixa dilacerado e em pedaços o coração
20/11/2011
O vício de sentir
A mente (a minha) tem o poder extremo... de produzir por si
os vícios mais obsessivos que existem, as emoções. Produz armadilhas constantes
de conclusões precipitadas, impulsos de satisfação imediatista, espirais de
análise desesperantes. Mesmo no silêncio da boca, as linhas que derramo em
angústias de respostas claras e assertivas para as questões que eu própria
invento, não consigo parar o processo e neste momento era tudo o que eu mais
ambicionava...parar o processo. Sinto-me como uma toxicodependente em ressaca
de algo que tenho plena noção que devo largar. O vício de sentir...
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2011.11.19
nn (in) metamorphosis
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