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Na poesia da dança
Dançar pode ser tão sagrado quanto orar, disse alguém com
profunda sabedoria.
Tudo reside na intenção que nos move, no propósito que habita nosso coração.
Quando dançamos não movimentamos apenas o corpo, exercitando
os músculos, expressamos também e, principalmente, a sensibilidade que nos vai
na alma.
Dançando tornamos a vida mais leve e colorida, enchendo de graça e beleza a
nossa jornada neste mundo.
Por alguns momentos esquecemos as dores, reencontrando a magia esquecida e
perdida do viver.
A natureza é um permanente espectáculo de dança.
Dançam as borboletas em torno das flores.
A Terra e os demais planetas dançam em torno do sol.
As árvores dançam com o vento.
Os passarinhos dançam no ar e os peixes bailam sem cessar.
Dançam os rios cruzando os vales e dança a chuva molhando a terra.
Dançam as ideias na inspiração do escritor
Dançam as imagens na mente do pintor.
Dançam as formas na criação do escultor.
Dançam as notas na voz do cantor.
Dançam as células em nosso corpo.
Dançam os órgãos no compasso gerado nas batidas do coração.
Dançam as sinapses sob a batuta desse formidável maestro que é o cérebro.
Não dance apenas para os outros, dance com os outros e consigo
mesmo, harmonizando corpo e alma em cada movimento que fizer.
Dançando, as tristezas, dores, tensões e ansiedades vão ficando para trás e, no
compasso de cada ritmo, vamos ao encontro de alegrias que sempre se renovam.
Dance quando estiver feliz e realizado.
Dance pelo prazer de dançar, em todas as estações e a cada estação que seu
corpo passar.
E o que o seu dançar seja uma oferenda de amor ao criador
que incessantemente promove o espectáculo da vida: desafiador,
misterioso,
delicado,
impactante e sagrado.
Não apenas assista, viva e sinta esse espectáculo que nunca sai de cartaz.
Dance hoje!
Dance sempre!
Cezar Braga Said