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17/01/2010

Ausência de pensamento...




E enquanto o leve vento passa
a evasão de mim...
acontece
na ausência de pensamento...
torno-me etérea
e por escassos segundos, deixo de ser matéria 
e faço  parte do universo
em pleno...

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nn(in)metamorphosis
2010.01.17


11/01/2010

Na corda bamba


Na corda bamba da vida mais um ano passou como nuvem que se esfuma. É o inicio de outro que se constrói sobre sonhos e promessas. Neste palco onde nos articulamos, desfilamos sentimentos, repetimos gestos, trocamos frases, vimos rostos e... o que fica? Quem fica?...


Quem ficou, mesmo não estando presente, caminha a meu lado... será um sorriso, uma palavra, um gesto, será para sempre em mim a memória do que foi!
Aos que passaram, aos que ficaram, obrigado por serem como são.
Alguem que ficou diz:
Como é triste quando só se permanece memória!...
Onde a afeição que resiste, borboleta?!...
Tu voas... eu choro.
A esse alguém eu respondo:
No coração, mas só fica quem quer ficar
Muitas pessoas passam, apenas passam... mas nem por isso deixou de ter importância a sua passagem, as suas palavras, gestos e atitudes, de algum modo elas terão contribuído para o meu crescimento.
Deixo livres, todos os que gosto e amo
se se vão, voltam ou ficam, talvez seja porque eu tenha merecido.
Eu voo, eu sorrio, mesmo que por vezes chorando
O Criador saberá o que faz
eu apenas agradeço, por cada dia vivido
por cada luta vencida
e até por cada vez que sou vencida, se com isso cresço.


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 2010.01.11
nn-(in)-metamorphosis



10/01/2010

A vida por nós pintada...

Mais um ano que finda e outro que se inicia.
Aproveitei a noite, a insónia, para mais uma, das muitas, conversas comigo mesma. Daquelas, onde não nos mentimos, não nos engamos, e nesse espirito fui pensando no que foi a minha vida no ano agora acabado, como a tinha pintado?
Não sendo pintora, todos acabamos por sê-lo, pois pintamos a cada segunto a tela que é a nossa vida, eu, teimosamente, insisto em pinta-la de rosa, talvez rosa demais…
Pintei castelos, damas e cavalheiros, gestos, carinhos, delicadeza, musica de fundo, paixão e volúpia, versos, lareiras e vinhos… prosas e poesias… Pintei tudo o que uma mulher romântica, como eu, deseja, sente, sonha…
Peguei na minha tela e deixei-a por instantes ao relento, para que o tempo pintasse um pouco de mudança,
E a chuva veio…
e pingou, molhou, manchou e tornou o rosa... menos rosa… Ao seu corpo, agora molhado, a chuva tinha tirado um pouco do romantismo inato, tão entranhado em mim… Talvez agora viesse ao de cima a razão inquieta…
E a razão veio…
chegando victoriosa e trazendo um meio sorriso trocista, e como eu entendia esse sorriso…
Desse modo apoderou-se da tela, agora manchada e pegou no pincel distribuindo pinceladas por aqui e por ali mas… sem técnica, sem emoção sem inspiração… as cores não se misturavam… a razão tentou… tentou mas em vão.
Peguei-lhe na mão gelada e juntando o pouco romantismo deixado pela chuva, deixei que viessem a sensibilidade, a inspiração, a emoção, a paixão o amor e que em unissono respirassem e a aquecessem…
Fui guiando cada pincelada...
e a razão foi aprendendo, por vezes guiada… em outras guiando...
surgiu assim uma parceria e juntas estamos a pintar uma nova tela, mais um ano de vida, querida com equilibrio, onde a razão e a sensibilidade andem sempre de mãos dadas…
Nesta parceria...
não se perde, não se ganha
Aprende-se…
A domar a emoçao, a ouvir a razão…
mas sem nunca, perder de vista o romantismo...

venha o 2010
tenho o cavalete junto à janela
a paleta está cheia de novas cores
estou pronta…


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 2010.01.10
nn-(in)-metamorphosis