Tinha sido
chamado a apresentar-se no bar do Tóino das iscas, pelas 16h. Lá, pô-lo-ia ao
corrente do assunto, e acertariam custos, porque ela, não era rica, mas podia
vir a ser confortavelmente remediada. De parentes restava-lhe a avó, quer
dizer, já nem essa restava, tinha falecido há uns meses atrás e vira-se então
confrontada com uma montanha de papéis, dentre os quais, uns que a diziam
herdeira da casa, do gato miau e do cão béubéu, das terras e de algum dinheiro
mas, tinha perdido o CC e sem ele não podia reclamar a herança.
Toda esta informação tinha sido passada ao agente Ó, pela secretária lingrinhas, que o ajudava nestas minudências corriqueiras do seu métier.
Às 16 em ponto, o agente Ó e a Menina, sentavam-se frente a frente numa das mesas do Tóino das iscas. Enquanto o agente Ó chamava o Tóino, a Menina, algo enjoada, olhava aquela figura a sobrar pelo cinto das calças, e triplo queixo, e perguntava-se se seria boa ideia contratar os serviços de tal personagem, que pedia a um pé para mexer o outro. Se a inteligência fosse da mesma rapidez, ela morreria sem saber do seu querido CC e sem alcançar a herança que lhe daria algum sossego. Perdida nestes pensamentos, foi abalroada pela voz do agente Ó que perguntava se queria beber alguma coisa, a Menina recusou, tinha urgência no assunto, precisava encontrar o seu CC – passemos então a umas perguntinhas da praxe, para poder iniciar a demanda. A menina olhou para ele e disse numa calma aparente: Custos! Preciso de saber os custos, lá no buraco onde trabalho, muito é o dito, mas pouco é o guito. Perante tal afirmação os olhinhos do agente Ó piscaram duas ou três vezes ao mesmo tempo que deixava escapar um riso miudinho. Nada de muita monta, Menina.
Toda esta informação tinha sido passada ao agente Ó, pela secretária lingrinhas, que o ajudava nestas minudências corriqueiras do seu métier.
Às 16 em ponto, o agente Ó e a Menina, sentavam-se frente a frente numa das mesas do Tóino das iscas. Enquanto o agente Ó chamava o Tóino, a Menina, algo enjoada, olhava aquela figura a sobrar pelo cinto das calças, e triplo queixo, e perguntava-se se seria boa ideia contratar os serviços de tal personagem, que pedia a um pé para mexer o outro. Se a inteligência fosse da mesma rapidez, ela morreria sem saber do seu querido CC e sem alcançar a herança que lhe daria algum sossego. Perdida nestes pensamentos, foi abalroada pela voz do agente Ó que perguntava se queria beber alguma coisa, a Menina recusou, tinha urgência no assunto, precisava encontrar o seu CC – passemos então a umas perguntinhas da praxe, para poder iniciar a demanda. A menina olhou para ele e disse numa calma aparente: Custos! Preciso de saber os custos, lá no buraco onde trabalho, muito é o dito, mas pouco é o guito. Perante tal afirmação os olhinhos do agente Ó piscaram duas ou três vezes ao mesmo tempo que deixava escapar um riso miudinho. Nada de muita monta, Menina.
Feitas as
perguntas, separam-me com a indicação de que dentro de dois dias, daria
notícias.
Tocou o telemóvel, a Menina olhou em volta, a megera lá do buraco estava entretida com uma outra Menina que tinha excedido o tempo de fazer xixi em duas milésimas de segundo, pelo que a nossa Menina aproveitou para atender – Estou, em que posso ajudar? Ora Menina, quem a ajuda sou eu, 18h no Tóino das iscas. Lá estarei. Preciso desligar. Bom dia agente Ó.
18H01 - a Menina entra em passo de corrida pelo Tóino das iscas, limpa as gotas de chuva dos óculos na ponta da camisa que traz vestida e procura o agente Ó, por entre as mesas, hoje, cheias de gente barulhenta. Ali está ele, que notícias terá?
Tocou o telemóvel, a Menina olhou em volta, a megera lá do buraco estava entretida com uma outra Menina que tinha excedido o tempo de fazer xixi em duas milésimas de segundo, pelo que a nossa Menina aproveitou para atender – Estou, em que posso ajudar? Ora Menina, quem a ajuda sou eu, 18h no Tóino das iscas. Lá estarei. Preciso desligar. Bom dia agente Ó.
18H01 - a Menina entra em passo de corrida pelo Tóino das iscas, limpa as gotas de chuva dos óculos na ponta da camisa que traz vestida e procura o agente Ó, por entre as mesas, hoje, cheias de gente barulhenta. Ali está ele, que notícias terá?
Boa tarde agente Ó
Boa tarde Menina.
Tem novidades para mim agente Ó?
Elementar minha cara.
Encontrou o meu CC?
Não! Nem poderia, a Menina trá-lo
consigo.
Eu! Não, eu perdi-o.
Pois perdeu, pelo buraco do forro da sua
carteira, que mais parece uma loja dos chineses, onde há de tudo.
A Menina mete a mão dentro da carteira, escarafuncha à esquerda, à direita, faz uma finta à caixinha das bolachas integrais, enrola os dedos nos lenços de papel, livra-se deles e cai no molho das chaves, de repente, não é possível… um buraquinho no forro, como nunca tinha dado por isso?
E sim, lá estava o maldito, o querido, o desejado CC.
Contas feitas mesmo ali. O agente Ó, pigarreando, guardou as notas tão suadas da Menina, ao mesmo tempo que dizia: Nem Hercule Poirot, Menina, nem Jules Maigret me fariam sombra, e abalou com um sorriso miudinho.
A Menina mete a mão dentro da carteira, escarafuncha à esquerda, à direita, faz uma finta à caixinha das bolachas integrais, enrola os dedos nos lenços de papel, livra-se deles e cai no molho das chaves, de repente, não é possível… um buraquinho no forro, como nunca tinha dado por isso?
E sim, lá estava o maldito, o querido, o desejado CC.
Contas feitas mesmo ali. O agente Ó, pigarreando, guardou as notas tão suadas da Menina, ao mesmo tempo que dizia: Nem Hercule Poirot, Menina, nem Jules Maigret me fariam sombra, e abalou com um sorriso miudinho.
***
2019-10-30
nn(in)metamorphosis
para
que isto faça algum sentido"o desafio insano
e se eu lhe pedisse, amigo leitor/ amiga leitora, para me deixar 3
palavras na caixa de comentários, como estímulo ao meu cérebro indolente
e madraço, que insiste há semanas em asfixiar o blog de vez, para
voltar a teclar coisa que me valha, que palavras seriam essas?"
O Blog "A faca Não Corta o Fogo" da Flor - AQUI
E as palavras são como as cerejas