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21/09/2025

À porta do Outono

 

Domingo, fim de tarde

O Verão despediu-se hoje com a sua luz dourada e preguiçosa. Senti-o claramente: o ar já não traz a vibração dos dias quentes, mas uma doçura calma, quase rendida. Passei a tarde a observar como as sombras se alongam mais cedo, como o céu parece querer descansar, e dei por mim a sorrir com essa melancolia leve que nunca sei bem se é saudade ou alívio.
 
Amanhã chega o Outono. 
Sinto-me pronta para o receber. Há qualquer coisa de reconfortante nesta mudança: o cheiro prometido da terra molhada, as folhas que hão-de cair em tons de cobre e ferrugem, o convite ao recolhimento e à serenidade. É como se a natureza me desse permissão para abrandar, para me voltar mais para dentro, para escutar o que em mim também pede silêncio e pausa.
 
Dou as boas-vindas ao Outono como quem recebe uma visita esperada. Não com euforia, mas com a ternura de quem reconhece no tempo que passa uma sabedoria maior. Que ele me traga serenidade, tardes longas de chá quente, e a lembrança de que cada fim é também um início disfarçado.

 

***
 2025-09-21 - À PORTA DO OUTONO - Reflexoes
nn-metamorphosis


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