Para guardar na memória,
simples, com cheiro e sabor.
Uma caminhada na praia, ali, onde a onda se espraia, já
quebrada. Cabelos ao vento, sol no rosto, que chega quente, como quem me trás
notícias. Brilham-me os olhos, estampado na boca, um sorriso, daqueles quase
idiotas mas, que não conseguimos deixar de ter, e vou-me enchendo de maresia,
de perfume a mar, a imensidão.
Desde que me lembro, foram sempre as coisas simples que mais
alegrias me deram, aquelas coisas que não se compram e, nunca entendi, que
houvesse quem não me entendesse.
E seguindo, chutando a água de vez em quando, tal miúda traquina,
dou-me a pensar, nesta pessoa que sou e como, por vezes, gostaria de ser
diferente. Mas não dá, não pode, sou como sou, este é o meu carácter, terá
nascido comigo, ou foi-se construindo, vivemos um agarrado ao outro, os dois fazemos
um – Eu.
Agito a cabeça, como quem espalha os pensamentos, (re) ligo
o modo simples, e penso… Mudar? Eu? Para quê? Se sou feliz assim!
Olho de lado, como se o quisesse enganar, mergulho…
Nada como a simplicidade das coisas simples, que de tão
grandes, são muitos os que não as vêem, e não sabem o que perdem.
Vou atirar-me ao mar e dizer que mem purrarem :-)
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2015-09-23
nn(in)metamorphosis