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10/05/2012

Cantigas ao desafios VII


Fragmentado ou a frustração do vitral

Quem sou eu para além da negação do que não fui
Nau que não navega
Porto que não alberga
Rio que não flui

Que será de mim?
Semente que não germinou
Terra infértil que não gerou
História mal contada por não ter fim

De que serviu existir?
Se apenas expectativas gerei
Obra nenhuma completei
Fugindo da vida sem ter por onde ir

Não sei se fui o que quis
Ou o que deixei fazerem de mim
Sei que o que muitas vezes fiz
Não vivi, não senti, não concebi

                  2012.05.10 (vc)
(Cópia integral e devidamente autorizada)

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Sou a parte de um todo
A porção que é feita de nada
Sou aquilo que a uns mete medo
E a outros mais agrada

Sou o enigma
O caminho do qual não se vê o rumo
E quando alguém pensa que me achou
É nesse instante que eu sumo

Sou o pranto da tempestade
Sou o rebombar do trovão
Sou quem entrega um olhar
Mas que nega o coração

Sou mais do que eu própria penso
Mas menos do que realmente sou
Sou a parte que mais acerta
Por ser a que mais errou

Sou só, cheia de gente
Acompanha-me a solidão
Sou de existência real
Mas que é feita de ilusão

       2012.05.10
nn(in)metamorphosis

1 comentário:

  1. Não acredites. Não estás só, ainda que confesses estar "cheia de gente"... quando se forjaram laços de amor, numa cadeia de afectos.
    O meu, humilde e carinhosamente,segue a tua aura. Mesmo que o não sintas, mesmo que o não vejas.
    Abraço-te na solidão do dia que se esconde...

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