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04/11/2019

Kałamarnica ou o karma de um Octopus special one




Apresentado o noivo Sepia zebrina , pela Histioteuthis reversa, aqui designada por, menina  Lulinha, ao sr Polvo, logo este se entregou a considerações: Antes nunca a tivesse visto, antes tivesse esquecido os óculos em casa, antes naquela noite o autocarro tivesse chegado a horas.

Octopus de pouca, ou nenhuma, fé, dá-se assim ao desfrute de conjecturas com sabor a fundo de mar enlixarado pelo Homo sapiens, sem sapiência nenhuma, acha ele, o sr. Polvo, e eu acho que ele acha muito bem.

Como eu ia contando (e não era dinheiro) o Octopus special one, não se tem em boa conta, (é só ver que se auto nomeia Ocpotus vulgaris) e qualquer Choco de fato e gravata, ou nome pomposo, o deixa de tentáculos atados, enrolados em si mesmo, no tatame da luta de peixes.

Estou a lembrar-me daquela marmanja, a Echiichthys vipera, a que foi detentora da chave da toca dele, por tempo infinito, que só a devolveu quando quis. Lembram? Aquela que só o procurava para cargas e descargas, pois… quando chegava a hora do bem bom era o patrão o preferido. E o Otocpus especial one a chuchar nos tentáculos, alimentando a esperança de que ela não fosse aquela Echiichthys vipera (entre nós mulheres conhecida como peixa aranha) que todos diziam, e a ele custava a acreditar.

Estou, agora, a ver mais um episódio de, ai qui mi muero, ai qui non tiengo suerte ninguna (espanhol escrito na base do acordo ortográfico luso-espanhol a fazer-se em devido tempo, entretanto faço bolhas na água do mar)

E assim, está a vida do meu mailindo quinté, mergulhado em águas doces, mudando de cor a cada nuance dos sonhos estapafúrdios onde se move, até que, um dia, chegue ao mar pela barbatana de uma Lit Syreni (sereia), e por lá viverão felizes rodeados de pequenas ovelhas do mar, com tentáculos do pai e rabo da mãe.

 Ovelhinhas do mar
 ***
2019-11-04
nn(in)metamorphosis 


Para que faça sentido
Continuação ao post do Blog - Atravessado 
 Kałamarnica

Era uma vez um Octopus vulgaris que vivia nos arrabaldes da bonita cidade de Cephalopoda. Todos os dias o Octopus vulgaris, ou como era conhecido por todos: o Sr. Polvo, entrava num transporte público a transbordar de sardinhas e outros animais mal cheirosos, para conseguir chegar ao centro de Cephalopoda onde trabalhava. O Sr. Polvo fazia de tudo um pouco e em simultâneo devido aos seus oito tentáculos, e por isso os seus serviços eram muito requisitados. Apesar disso o Sr. Polvo não era feliz. Ele sonhava em mudar de vida, deixar Cephalopoda e dedicar-se à criação de ovelhas-do-mar num local mais tranquilo. Também estava triste porque os seus três corações estavam descompassados e sentia-se muito sozinho. 
Curiosamente, e sem nunca se dar conta, todos os dias o Sr. Polvo partilhava o transporte com Histioteuthis reversa, mais conhecida por Menina Lulinha. Mas o Sr. Polvo já sofria das vistas e a Menina Lulinha gostava de jogar ameijoas crush no telemóvel, por isso nunca os seus estranhos olhos em linha se tinham cruzado. Foi num dia de muito trânsito, havia jogo da selecção de tentáculoball e ambos ficaram apeados na paragem sem transporte à vista. Conversaram sobre tudo um pouco, o tempo seco, as ameijoas que se encaixavam no jogo e explodiam, o novo filme da guerra das estrelas-do-mar, as greves dos caracoll centers, as derrotas do sportentáculo… uma infinidade de temas interessantes. O Sr. Polvo nem tinha notado que já passava das dez da noite e estava sem jantar, quando um ronco vindo do seu único estômago os interrompeu. A Menina Lulinha riu baixinho. 
No dia seguinte, de manhazinha muito cedo, lá ia o Sr. Polvo no transporte público, de óculos postos e olhos bem abertos. Sim, um polvo pode usar óculos, desde que os segure com um elástico. Entrou a Menina Lulinha, duas paragens à frente, sem olhar para as ameijoas, também ela atenta. Era o início de um belo romance, pensava o Sr. Polvo, ainda havia esperança. Mas com a Menina Lulinha entrara também um choco encorpado, prai um metro e noventa e seis todo ele riscas. Sepia zebrina, apresentou a Menina Lulinha, o meu noivo. 

9 comentários:

  1. Penso que está tudo a desejar boa sorte ao Senhor Polvo... que merece pelo ser que é... tão extraordinário quanto este teu belo texto...


    Beijinhos

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  2. Até parece que já estou a ver a Senhor Octopus, que de vulgaris nada tem, mais a sua numerosa prole de polvinhos gorduchos replectos de lã merino, ondulantes e elegantes como a sua madre Lulinha.

    Como todo o bom The End
    rezará na tela: foram
    Felizes para Sempre.

    Um abraço à madrinha e ao afilhado.

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  3. Ahahahahah! É a loucura dos sete mares, este romance engrominado do polvão :)

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  4. Acho que aprendi alguma coisa :)!!

    Beijo. Boa noite!

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  5. Se houvesse um prémio, era todo teu! Muito bom, estou com dores na barriga de tanto rir!

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  6. Respostas
    1. E porque não entrar na brincadeira Laura?
      Bora lá!

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  7. Eh lá... que por aqui anda tudo om "POLVOrosa"... 😃
    A tua imaginação não tem limites, rapariga!

    Beijinhos especiais
    (^^)

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  8. Que texto incrível, noname!

    Beijocas repenicadas :)

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