Conta-se que D. Afonso Henriques na
conquista do território aos mouros, chegou a Leiria e
tomou a zona, talvez tenha tomado o castelo ou tenha erigido ele próprio um
castelo relativamente rudimentar num morro bastante alto que existe no centro
da zona urbana da cidade.
Tendo necessidade de prosseguir a sua conquista para sul, D. Afonso Henriques deixou o castelo entregue a uma guarnição relativamente pequena e continuou a marcha em relação a Lisboa. Acontece que os mouros que tinham fugido voltaram a atacar o castelo com forças redobradas e venceram a pouca guarnição que existia, que D. Afonso Henriques tinha deixado, ficou alcaide dessa nova reconquista moura, um velho e a sua filha. A filha, contam que era linda, de olhos esverdeados e que era extremamente carinhosa para o pai. O pai estava a começar a cegar, com os cabelos brancos, ralos e um dia estando o pai e a filha na muralha, estava a filha a pentear os cabelos brancos do pai e começou a ver ao longe, do lado norte, portando, do que hoje se chama o Arrabalde, umas medas, uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem e pergunta a filha ao pai, que já não enxergava longe:
“Pai, é verdade que o mato anda?”
Responde-lhe o mouro:
“Anda se o fizerem andar!”
A filha que era a Zara, não compreendeu o verdadeiro significado daquilo que o pai lhe estava a dizer e imaginou que o mato, que aquilo que o pai queria dizer era que o mato andava se o fizessem andar com magia, mas na realidade o que o pai queria dizer era que o mato só andava se alguém o empurrasse.
A verdade é que dentro de cada uma dessas medas de mato, estava um guerreiro de D. Afonso Henriques que voltou novamente a Leiria, aproximaram-se de vagar do castelo e tomaram o castelo, porque era realmente muitos, todos escondidos no mato e então a Zara e o pai, nunca mais deles se ouviu falar e dizem que a Zara ainda continua a aparecer no castelo.
Tendo necessidade de prosseguir a sua conquista para sul, D. Afonso Henriques deixou o castelo entregue a uma guarnição relativamente pequena e continuou a marcha em relação a Lisboa. Acontece que os mouros que tinham fugido voltaram a atacar o castelo com forças redobradas e venceram a pouca guarnição que existia, que D. Afonso Henriques tinha deixado, ficou alcaide dessa nova reconquista moura, um velho e a sua filha. A filha, contam que era linda, de olhos esverdeados e que era extremamente carinhosa para o pai. O pai estava a começar a cegar, com os cabelos brancos, ralos e um dia estando o pai e a filha na muralha, estava a filha a pentear os cabelos brancos do pai e começou a ver ao longe, do lado norte, portando, do que hoje se chama o Arrabalde, umas medas, uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem e pergunta a filha ao pai, que já não enxergava longe:
“Pai, é verdade que o mato anda?”
Responde-lhe o mouro:
“Anda se o fizerem andar!”
A filha que era a Zara, não compreendeu o verdadeiro significado daquilo que o pai lhe estava a dizer e imaginou que o mato, que aquilo que o pai queria dizer era que o mato andava se o fizessem andar com magia, mas na realidade o que o pai queria dizer era que o mato só andava se alguém o empurrasse.
A verdade é que dentro de cada uma dessas medas de mato, estava um guerreiro de D. Afonso Henriques que voltou novamente a Leiria, aproximaram-se de vagar do castelo e tomaram o castelo, porque era realmente muitos, todos escondidos no mato e então a Zara e o pai, nunca mais deles se ouviu falar e dizem que a Zara ainda continua a aparecer no castelo.
Fonte: CEAO
Uma homenagem à Senhora minha mãe, uma Leiriense apaixonada por um tripeiro e pelo Porto - na voz dela, ouvi muitas vezes este fado (e se ela cantava bem)
Desafiada pelo: O cantinho da Janita
*****
2017-09-21
nn(in)metamorphosis
Que belos deveriam ser aqueles olhos verdes... :)
ResponderEliminarEnquanto te escrevo vou ouvindo o fado que a senhora tua mãe cantava!
Recordações doces te deve transmitir este som e estas palavras.
Chegaste a passar lá nos jardins para poderes também acompanhar as lendas já escritas pelos outros participantes!?
Vale a pena... vais gostar!
Beijinhos ao pentear-te os cabelos
(^^)
Já lá ando, nas leituras, coisas bem bonitas, bem engraçadas.
EliminarAvreijo daqui até aí
Que lindo, Noname! Que bela prestação e que terna homenagem prestas à senhora tua Mãe!
ResponderEliminarEnquanto escrevo estou a ouvir a Lenda cantada neste belo Fado de Coimbra.
Acreditas que estou toda arrepiada?
Parabéns, e obrigada, minha querida.
Beijinhos.
PS- NN, já me conheces minimamente, sabes que gosto de ser franca, frontal e sincera. De facto esta é a Lenda contada pela Graça, uma amiga que vive em Leiria, tal como suspeitei e te o disse lá no meu cantinho.
Porém, isso não invalida nem uma, nem outra, pois ainda que se trate da mesma Lenda está apresentada, aqui, com outras nuances.
Adorei!
A Graça sou eu... :)) Então a sua mãe é uma leiriense que saiu de Leiria? Pois eu sou uma lisboeta que saiu de Lisboa apaixonada por um leiriense...
ResponderEliminarBeijinhos lendários...
Gosto em vê-la por aqui. Volte sempre.
EliminarBeijo daqui até aí
A Zara, já conhecia lá do picosderoseirabrava. Uma lenda muito bonita.
ResponderEliminarEsta lenda é muito conhecida, pela zona centro, é natural encontrar-se aqui e ali na blogosfera. Eu soube da sua existência através da minha mãe, que cantava muito o fado que é dedicado a Zara :-)
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