Tu - Preâmbulo
Quando,
inevitavelmente, aqueles dois olhares se cruzam
Há um assombro
vestido de sorriso,
Misto de
surpresa e compromisso
Há uma mensagem
lida nos olhos, biunívoca
E inicia-se o
princípio do fim
Quando aqueles
dois olhares se fixam
Nada mais
existe em redor
O tempo perde o
sentido
Os sentidos
perdem-se no tempo
E os corpos são
apenas olhos
E os olhos são
apenas sensações
E as sensações
são somente quentes
E o calor emana
em linhas direccionadas
Mil mensagens
são transmitidas nos dois sentidos
Sem qualquer
som
Até que os
olhares se fundem
Nada mais
importa, nada mais interessa
A cegueira é
absoluta
E quando,
finalmente, baixando suavemente a cara
Puxa um sorriso
docemente maroto de canto de boca
Na fracção do
pestanejar
A rendição é
inevitável
Sob o signo da
lua cheia
2012.11.15 vc
(cópia integral e devidamente autorizada)
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Sob o signo da lua cheia
bem no principio do fim
fundem-se olhares
e mãos
na premência das ausências
até mesmo as indecências
a cada anoitecer
fundem-se vozes, presenças
pensamentos e desejos
inda por acontecer
funde-se também a pele
e esquecendo a lonjura
a fome feita ternura
um é pão, o outro é mel
e num fundir tão sentido
devagar… tão calmamente
o distante, ali tão perto
que sem que deem por isso
desaparece o deserto
e do luar
resta o feitiço
16.11.2012
nn(in)metamorphosis
Parabéns a quem se deixa desafiar.
ResponderEliminarSob o signo da lua resta o feitiço.
Muito bom. Beijo.