Estava sentada numa mesa de
café, a meio da tarde, num espaço quase vazio. Fui convidada pela própria organizadora a
participar numa reunião para juntar dinheiro e bens de primeira necessidade
para uma família monoparental que após um divórcio, se reinventa e segue em
frente..
Enquanto a organizadora
esteve presente, o pequeno grupo, que me pareceu já se conhecer entre si, ao
contrário de mim, rodeava-a de sorrisos e elogios exagerados.
Cada pedido ou ideia era imediatamente elogiado, gerando mais uma enxurrada de
elogios vazios que soavam forçados e artificiais,
destoando do objetivo da reunião.
Mas, quando a organizadora
saiu e eu esperava para pagar o café, o ambiente mudou imediatamente. Surgiram
comentários como: “É difícil de lidar”, “Raramente está de acordo”, “Dificilmente lhe ouves um elogio.”
O contraste era evidente: enquanto estava presente, recebia elogios falsos;
fora do seu alcance, era julgada e rotulada.
A experiência mostrou-me como
a bajulação distorce a percepção das pessoas. Quem não se presta a esse jogo de
elogios vazios acaba rapidamente rotulado de “difícil”,
mesmo agindo com honestidade.
Só um aparte; Elas não sabem,
mas, tal como a organizadora, eu sou das “difíceis de lidar”: elogios e bajulações ocas não fazem parte dos pratos que engulo, nem a custo.
Apesar de tudo, conseguimos
reunir um bonito valor e alguns cabazes de compras não perecíveis, higiene e
limpeza para alguns meses.
No fim, é isso que realmente
importa: a ajuda que chega de forma concreta e útil. O resto é isso mesmo,
resto.
***
2025-09-17 - Difíceis
de lidar, mas com impacto
nn-metamorphosis
Detesto a bajulação. Nada como o respeito e a sinceridade.
ResponderEliminarBoa tarde, dona no.