Domingo, descanso, descompromisso, com maquilhagem,
com saltos, com roupas. Um fato de treino, umas sapatilhas, confortáveis, um livro, uma cavaqueira leve e divertida, se possível.
Toca o telefone. Atendo.
- Estou
- Ai que bom, estás em casa, vem comigo, preciso de ir aquela loja, quero a tua opinião.
- Ó pá, a sério? Vais para as lojas ao domingo?
- É uma urgência, tenho um evento amanhã. Vá lá, não sejas cortes, vai comigo.
- Está bem, mas não é para demorar. Vou ter contigo, ou passas por aqui?
-Eu já estou a caminho de tua casa, desce.
- Agarrei, na malita de alça à tiracolo, a de ir ás compras, a que me deixa as mãos livres e liga bem com o fato de treino e sapatilhas. Desço. O toque de uma buzina, uma mão no ar que se agita, um estou aqui (sou míope :-))
Só tu me tirarias do meu descanso, disparo, enquanto entro no carro. Como resposta, um sorriso largo, daqueles que só quem nos quer bem, sabe dar.
- Desculpa miga, mas é mesmo uma urgência, o Paulo só agora me disse, e por via disso, já me irritei com ele.
Depois de estacionar o carro, lá seguimos para a loja, e a minha amiga, começa, de imediato, a procurar o que tem na ideia. Enquanto isso, eu, vou pondo um olho aqui e ali, um toque num tecido, um olhar mais atento a um pormenor, quando uma voz, atrás de mim, vinda do nada, me diz:
- A senhora não quer acompanhar-me ao outro lado da loja? por lá, encontrará, com certeza, algo que lhe agrade a um preço que lhe será mais adequado.
- Desculpe?! Não percebi o que disse - e a menina, na casa dos 18 - 20 anos, quando tanto, dentro da sua farda negra, composta por calça, uma camisa alva e pullover sem manga com monograma da loja, bordado, repete, palavra por palavra, o que eu tinha ouvido, mas não tinha acreditado poder ouvir.
Recompus-me o mais rápido possível, e perguntei-lhe: O que a faz pensar que estou no lugar errado, da loja? Olhou-me de cima para baixo, enquanto um sorriso de desdém lhe bailava na boca.
- Ora, minha senhora, basta olhar, para o modo como se veste.
- A sério? Pelo modo como me visto, consegue ver a minha disponibilidade financeira? Nem põe a hipótese de eu ter, simplesmente, mau gosto?
- Ah, não, são muitos anos disto.
- Muitos anos disto! Bom, sendo assim, vou render-me à sua apreciação mas, não sem antes, lhe pedir que me acompanhe, até ao gerente de loja. Um rubor imediato, lhe pintou o rosto, a voz, agora nervosa, balbucia...
- gerente? para quê a gerente?
Ora, minha querida, os meus muitos anos disto, dizem-me que, assuntos sérios, se tratam com quem os pode resolver. Vamos?
Pois... Serei.
Serei, mau feitio. Mas nunca, de modo gratuito, só porque sim.
O meu mau feitio, tem a exacta medida, da falta de respeito, de educação e civilidade que tiverem para comigo. E venha de quem vier, ouvirá o que não gosta, se disser o que quiser.
*****
2017-11-21
nn(in)metamorphosis
Querida nonamiga
ResponderEliminarAplaudo!!!!!
Qjs do Leãozão
A luva de pelica, ainda é o melhor remédio :-)
EliminarNem mais!! Estas miúdas fúteis, acham que o hábito é que faz o monge, fazer o quê?...dar-lhes nas ventas...ora essa!!ehehehehe
ResponderEliminartambém eu gosto de sapatilhas, já fato de treino, nem tanto...mas roupa confortável; sempre!!
Beijocas NN.
Lamento, que me tenha obrigado a tomar uma atitude tão drástica, mas o comportamento da miúda, foi deplorável. Pergunto-me se voltar aquela loja, se a vou encontrar. A gerente ficou pregada no chão, só pedia desculpas, vezes sem conta.
EliminarBeijocas tantas
Incrível como se julga tão fácilmente pela aparência... se essa me visse ir á loja da minha rua de pantufas ou fato de ciclismo, nem sei, chamava o homem do canil municipal...
ResponderEliminarmas respondeste muito bem, quem me dera um dia dar uma resposta assim quando me sinto descriminada
Jinhos Non
Minha querida, por mim, ou por alguma pessoa que eu visse naquela situação, aquela miúda poderia ficar sem esmola, mas sem resposta, nem pó. Fazer de conta, seria o mesmo que eu própria me descriminasse. na nanim na não :-)
EliminarJocas
Mainada!
ResponderEliminarCá agora a fedelha...
:)
Havias de ver, o ar triunfante com que me repetiu aquilo. Talvez esperasse, que eu me desculpasse e saísse da loja, envergonhada, vexada. Saiu-se mal. A filhota de meu pai, não leva desaforo pra casa.
Eliminar:-)
Espero que tenha aprendido a lição! Incrível, a arrogância!
ResponderEliminarBeijinhos, noname :)
Não sei se aprendeu. Nem sei se ainda conserva o emprego. Fiz questão de usar o livro de reclamações. Para além disso, a gerente, estava incomodadíssima com a situação. Mas, e embora aquela loja, não seja a minha loja de eleição, (veste pra festas ou senhoras de dedos gordinhos cravejados de aneis) quando precisar de lá ir, irei. Não é uma gaiata mal educada que me diz onde posso entrar.
EliminarBeijinho Maria TU
:))
ResponderEliminarBoa, Noname!
Um abraço :)
Preferia, não ter sido necessário AC. Acredite.
EliminarAbraço