Que sei eu?
Que sabes tu?
Que sabemos nós?
Da voz que estende a mão pedindo pão
do olhar que grita suplicando atenção
da cabeça baixa em desolação
desses humanos farrapos da civilização
Que sei eu?
Que sabes tu?
Que sabemos nós?
Dos vultos ocultos pela noite que esconde
a dor das lágrimas silenciosas
o desespero das mãos vazias
o abraço que guarda o nada
o uivo dum estômago vazio
Que sei eu?
Que sabes tu?
Que sabemos nós?
Para além do que o olhar nos permite
na azáfama, na correria do que dizemos ser vida
da vida desses anónimos
que hoje nos são antónimos
e amanhã ser-nos sinónimos
Que sei eu?
Que sabes tu?
Que sabemos nós?
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2015-05-07
nn(in)metamorphosis
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2015-05-07
nn(in)metamorphosis
Sentenciados pela civilização ao culto da matéria.
ResponderEliminarMas... que sei eu?
E estão a ser sentenciados aos magotes JM
EliminarEu não sei nada! Esses vultos ocultos que a noite esconde já tiveram uma identidade, uma família, um amor, um filho, um trabalho. Agora nem o seu nome se ergue na sociedade. Apenas vazio e número que poderei também vir a ser eu!
ResponderEliminarMagnifico olhar o teu.
Beijo enorme de gratidão noname.:)
Esse medo de engrossar o número, paira por sobre cada um de nós, aqueles que ainda não ouviram a sentença...
EliminarImagem chocante, quer fotográfica, quer escrita que tende a ganhar terreno na sociedade.
ResponderEliminarDeixo um beijo com carinho.
E arrepia só de pensar, que esse é o caminho que se vislumbra já ali.
EliminarCom tantas organizações maçónicas, vivemos num triste país onde ninguém consegue tirar as pessoas das ruas...Essas porras chocam-me como o caramba!
ResponderEliminarNão é doença deste país, é uma peste generalizada por todos os países, a chegada a duas únicas castas: Os muito ricos e os muito pobres, que enriquecerão ainda mais esse ricos. No fundo, apenas uma variante do próximo holocausto :-(((((
EliminarAqui no Brasil, essas vidas perderam tudo.. até a própria identidade.
ResponderEliminarBelo post... tristemente real...!!!
Assusta-me a cegueira, como se fizessem parte de uma paisagem, que esteve sempre ali, e a nossa pressa já não distinga que são vidas. E a cada dia se torna mais fácil cair lá...
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