Quase todas as chamadas discriminações positivas têm em mim efeito
contrário ao pretendido. No dia de hoje é comum celebra-lo como sendo
dedicado às Mulheres. A todas, sejam trabalhadoras ou ociosas, bonitas
ou feias, inteligentes ou burras. Isto é, entende-se que o género
feminino carece de atenção especial um dia no ano, algo que se assemelha
ao grito de vida de quem possa sentir-se ostracizado nos restantes 364
dias.
Não esqueço, claro, o simbolismo do dia e o que ele representa, como não
esqueço o que o sistema de quotas pretende atingir. Porém, o papel do
género feminino sofreu transformações profundas e são estas que, a meu
ver, alteram o significado do dia.
A "luta" das mulheres tem, agora, contornos bem diferentes e são esses
que, do meu ponto de vista, convinha destacar e tentar resolver. Tempo
houve, em que a sua "masculinização" foi uma etapa considerada
necessária, frente a um mundo laboral dominado pelos homens. Essa fase
está ultrapassada e aquilo de que nós hoje carecemos é, sobretudo, que
nos não seja vedado o acesso aos postos de decisão, em completa
igualdade de circunstâncias. Para isso, mais do que dar benefícios ao
género feminino, importa repartir de forma paritária, aqueles de que o
sexo masculino, até hoje, beneficia. Trata-se, afinal, da merecida
partilha de deveres e de direitos que, esses sim, não se modificam
consoante o género!
HSC
Há já um tempinho que não visito a Drª Helena, mas gosto muito de ler os seus pontos de vista sobre os diversos temas que vai abordando ao sabor da actualidade.
ResponderEliminarMulher perspicaz, objectiva e de uma lucidez extasiante. Dona de um sentido de humor muito peculiar, é um prazer ler os seus textos/artigos ou lá o que for.
Gostei que tivesses trazido para o teu canto este belo texto com o qual também estou e não largo, NN.
Beijocas. :)
Isso! :)
ResponderEliminarConcordo em absoluto.
ResponderEliminarDescriminações, positivas ou negativas, são sempre descriminações. E quando se descrimina positivamente alguém, outra parte há que o será negativamente.
A igualdade não necessita de descriminações.
Grande Senhora, a D. Helena.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJá emendei o erro do título - Grata pelo aviso
EliminarBoa tarde Ponto (.)
Sou paciente, embora nem sempre, ao longo do meu percurso de vida, o tenha sido. Talvez, sei lá, sejam conquistas do caminho percorrido. :)
ResponderEliminarTudo isto para dizer que, finalmente, vejo uma abordagem diferente em relação ao dia da mulher. Não digo muito mais, acho que o momento, para lá das palavras, carece de entendimento, de objectividade, que as questões sejam analisadas, sempre, segundo os diferentes pontos de vista. É que, (quase) todos sabemos, as questões de género têm muito a ver com a dignidade da postura de todos os intervenientes naquilo que se convencionou chamar vida: há quem cumpra, há quem abuse, e isto é válido para os dois géneros. Estou a falar do mundo ocidental, é claro, que em muitos lugares a coisa coloca-se de forma totalmente reivindicativa. Que eu apoio, é claro, a vida sem igualdade de géneros não faz qualquer sentido.
Um beijinho :)
E tal como sigo a Sô D. Helena, no seu pensamento, sobre a coisa, também o sigo a si, sem dúvida.
EliminarObrigado
Beijinho também para si
Fez-me rir, Noname. Pois, tocou no ponto. Ou seja, o que interessa(va) é acabar com o género. Um único é que interessa(va), independentemente da função. Parece-me.
ResponderEliminarQuando ouço os nossos queridos comentadores, locutores, políticos, adeptos impolutos das quotas e outros janotas em tom discursivo asséptico, creolinizado, em politiquês correcto dizer "portugueses e portuguesas" tenho que vestir um casaco pelos arrepios que me assaltam.
Seja feliz, amiga.
Ó Noname; a pobre senhora já se deve sentir asfixiada. Nunca mais a deslargas? ehehehe
ResponderEliminarBom domingo.
Beijos