7:30, O despertador não me acorda, mas embala o meu rom rom enquanto esperava que ele despertasse. Espreguiço-me ao som do “meu amor chegou tão tarde não deram sinal os cardos e a madeira não rangeu”. Levanto-me e escancaro a janela. Um ar gélido trava-me a respiração, para logo depois, num arrepio com direito a lágrimas nos olhos, me permitir ver todo um campo de geada. Há quantos anos não via eu tal imagem? Era uma miúda que tinha deixado a cidade e estava agora no campo, ali, entre o Douro e o Vouga, na Suíça portuguesa, quando a vi pela primeira vez e ficou-me gravada na memória. Não era neve, que essa caía do céu, era geada, disse-me a minha mãe e forma-se no solo. Não dava para brincar, mas tinha um encanto que era só dela, como uma renda delicada. Jamais esqueci tal imagem, até porque, ela se repetiu por vários anos e sempre me assombrou. Hoje, num outro lugar, assombrou-me de novo e uma saudade boa, perdura até agora.
***
2021-01-08
nn(in)metamorphosis
Nasci numa localidade algures no Ribatejo onde as geadas acontecem (quase) diariamente. Ver os campos branquinhos é um espetáculo muito bonito.
ResponderEliminar.
Cumprimentos fraternos.
Nestes dias tenho encontrado os campos branquinhos, toda a semana. Frio de rachar :)
ResponderEliminar--
Beijos, e bom fim de semana.
Quando era menina, na Seca, no Inverno, havia geada quase dia sim dia não. As recordações que tenho dessa altura eram mãos e pés inchados e cheios de frieiras, algumas a fazer ferida.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Um texto belo, como tudo neste espaço.
ResponderEliminarSó vi nevar 3 ou 4 vezes... ver geada já é para mim um privilégio... gosto um pouco menos quando tenho de deitar água nos vidros do carro... (sorrisos)
um beijinho para ti
Este ano "tiramos a barriga de misérias" 😀 geada não falta. É li de de ver mas eu prefiro um sol quentinho.
ResponderEliminarBeijocas cheias de frio