De alguma forma, o mar sempre esteve na minha vida. Sempre
exerceu em mim um fascínio, que nem sei bem como explicar ou mesmo entender.
Se me sento na areia e me detenho a olhar o mar, a ouvir o
seu marulhar, logo vem uma onda que, suavemente, me leva à praia do Homem do
Leme, no Porto, à do Mindelo em V. do Conde, Furadouro em Ovar, à praia da
Rocha, no Algarve, e mais uma mão cheia de outras. Mais tarde, a Ilha do Cabo, o
Mussulo, Cabo Ledo e Sangano em Luanda, tornaram-me cativa de vez.
Se bravo, de águas revoltas e escuras, faz-me olhá-lo de longe,
ciente da minha pequenez e do receio que nem o fascínio atenua. Se mar chão,
espelho de pôr de sol, deslumbrante e feiticeiro, leva-me para bem perto, de
ouvido atento, olhar perdido, batimento cardíaco ritmado por risos e brincadeiras
de criança, de colo de pai e mãe, de tamborilar de djambé e do som fluido do
kissange.
Há uma saudade boa que me chega quando fico a ver o mar.
Saudade não é viver no passado, é ter o que lembrar, é revisitar memórias, é a simples constatação que eu, una, sou também, colectiva.
Há uma saudade boa que me chega quando fico a ver o mar.
Saudade não é viver no passado, é ter o que lembrar, é revisitar memórias, é a simples constatação que eu, una, sou também, colectiva.
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2020-08-03 nn(in)metamorphosis
Mar, sempre mar!
ResponderEliminarBoa semana, dona no. Saúde!
Uma "saudade boa"... É isso, saudade não é forçosamente sofrimento.
ResponderEliminar:)