Somente ir…
Num golpe d’asa voar
Chegar de madrugada
para ver o sol raiar
gritar ao vento
à baía e ao mar
Ver kindas e kintandeiras
de pano garrido
sem bainha
colocado a preceito
que esconde e sobressai
corpo de ébano
rainha
Nas trancinhas
búzios- continhas
qual jóias alinhadinhas
Na voz clara
soa a África
a quissange e a tambor
um rimado apregoar
de tão gostoso sabor
Tem jinguba e maracujá
Tem carambola e cará
Batata doce docinha
Tem chá capim bem verdinho
Tem fuba tem mandioca
Tem banana e fruta pinha
Tem caju e tem maboka
E quando a kinda
vazia
volta ao kimbo
a alegria
que leva a kintandeira
E parto
que se vai banhar na ilha
Vou jantar
aos pezinhos n' água
olhando o horizonte
vendo a noite chegar
Que maravilha
E nos dias a seguir
vou por aqui e ali
caminhando sem destino
para as saudades matar
e duma vez arrancar
este apego desmedido
que me mata o coração
numa dor
já sem sentido
que me mata o coração
numa dor
já sem sentido
*****
nn(in)metamorphosis
Muito Obrigada pelo mimo que adorei. Fiquei baralhada. Noname é Lili Laranjo? A Lili de coração africano, de quem tenho um livro de poemas, e que está na galeria de A mulher e a poesia?
ResponderEliminarAbraço
Não Elvira, não sou. Sou apenas uma noname saudosa, que ás vezes escrevinha, nada mais que isso.
EliminarBeijinho
Prisioneira de uma memória feliz... há prisões bem piores, parece-me...
ResponderEliminarMais um belo poema, desta vez, pleno de cor, de vida e de felicidade
Beijinhos
Que maravilha!
ResponderEliminarCores e nomes de frutas e sabores de quem por África viveu e não esqueceu.
Sim poesia é isto, posso colocá-la na minha publicação ?
Um beijinho
Obrigada. Sim pode levar, só preciso do seu mail, para lho enviar.
EliminarBeijinho