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06/06/2014

Quando a luz faz doer





Nos dias em que a luz faz doer
Parto as lâmpadas, com a vara de abrir as janelas altas
Deito fora, velas, lamparinas, candeeiro a petróleo e os próprios fósforos
Dissolvo-me na escuridão
E só me denunciam
Os passos, indecisos, inseguros, aos tropeços
Os braços, que se projectam e afastam o nada, esse medo maior
As narinas, que se dilatam provando o ar
As pupilas, que mordem o escuro
Aninho-me, no abraço do negro breu



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         2014.06.06 
nn(in)metamorphosis 




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