e na minha alma
dia cinzento de assombrosos ventos
que mata a sede à terra
e acalma os nós dos meus pensamentos
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Chove chuva miudinha
nn-metamorphosis
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D. Mafalda escreveu. Eu li, e gostei. E trouxe para não perder, e para quem quiser, português ou não, ler.
Mafalda Saraiva
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«Sem eira nem beira»
é um dito popular antigo que encerra um pensamento moral. Deste adágio ressalta a eira, localizada nas proximidades dos lugares do mundo rural, que era e ainda é um local ao ar livre, de terra batida ou lajeada. Aqui se estendiam para secar os cereais (trigo, milho, centeio, etc.) e legumes, a fim de serem malhados, debulhados e limpos no mês de Agosto, ou seja, no «tempo da eira». A eirada correspondia a uma porção de cereais que se debulhavam por uma só vez na eira, para depois serem aproveitados para o consumo. Era sinal de alguma prosperidade. Quem era pobre não tinha eira, nem um pedaço dela, nem mesmo sua beira. Daqui resultou a rima popular, em jeito de menosprezo: miserável é aquele que vive «sem eira nem beira», ou «sem eira nem beira, nem pé (ramo) de figueira». Ou, ainda, em tom satírico e jocoso para com um vizinho: «"Valha-te a eira má", que não tenhas pão na eira, e que morras de fome»!
O adágio também podia ter outra explicação popular, referente aos beirais dos telhados das antigas habitações e afins. Dizia-se que as famílias com menos posses tinham uma telha (eira), os remediados tinham duas (beira) camadas de telhas. E os mais abastados tinham na cobertura das casas três camadas de telha, eira, beira e tribeira, respectivamente, de cima para baixo. Daí o dito popular «se o sujeito não tem eira, nem beira, quer dizer que ele não tem recursos, é pobre».
Esta tipologia dos beirados foi levada pelos portugueses, no século XIX, senão antes, para o Brasil.
Em Portugal e no Brasil, ainda podemos observar algumas casas, [ver, por exemplo, as imagens de um edifício setecentista, sito na Sobreda (concelho de Almada); da colecção de Alexandre Flores], que conservam os dois beirados, próximos dos telhados. Outras, na maioria, só com um beirado. As que tinham os dois significavam que a família que residia naquela casa tinha eira (poder) e beira (posses). Nas casas só com um beirado então só tinham eira e não tinha beira. E nas casas que não tivessem nada não tinham «nem eira nem beira».
'Fonte
Estudo e recolha do historiador e bibliotecário-arquivista Alexandre M. Flores, publicado em 10/01/2020 na sua própria página de Facebook. Manteve-se a norma ortográfica do original, a qual é anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.'
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29ABR
Na poesia da dança
Dançar pode ser tão sagrado quanto orar, disse alguém com
profunda sabedoria.
Tudo reside na intenção que nos move, no propósito que habita nosso coração.
Quando dançamos não movimentamos apenas o corpo, exercitando
os músculos, expressamos também e, principalmente, a sensibilidade que nos vai
na alma.
Dançando tornamos a vida mais leve e colorida, enchendo de graça e beleza a
nossa jornada neste mundo.
Por alguns momentos esquecemos as dores, reencontrando a magia esquecida e
perdida do viver.
A natureza é um permanente espectáculo de dança.
Dançam as borboletas em torno das flores.
A Terra e os demais planetas dançam em torno do sol.
As árvores dançam com o vento.
Os passarinhos dançam no ar e os peixes bailam sem cessar.
Dançam os rios cruzando os vales e dança a chuva molhando a terra.
Dançam as ideias na inspiração do escritor
Dançam as imagens na mente do pintor.
Dançam as formas na criação do escultor.
Dançam as notas na voz do cantor.
Dançam as células em nosso corpo.
Dançam os órgãos no compasso gerado nas batidas do coração.
Dançam as sinapses sob a batuta desse formidável maestro que é o cérebro.
Não dance apenas para os outros, dance com os outros e consigo
mesmo, harmonizando corpo e alma em cada movimento que fizer.
Dançando, as tristezas, dores, tensões e ansiedades vão ficando para trás e, no
compasso de cada ritmo, vamos ao encontro de alegrias que sempre se renovam.
Dance quando estiver feliz e realizado.
Dance pelo prazer de dançar, em todas as estações e a cada estação que seu
corpo passar.
E o que o seu dançar seja uma oferenda de amor ao criador
que incessantemente promove o espectáculo da vida: desafiador,
misterioso,
delicado,
impactante e sagrado.
Não apenas assista, viva e sinta esse espectáculo que nunca sai de cartaz.
Dance hoje!
Dance sempre!
Cezar Braga Said
O símbolo da
árvore da vida já se tornou uma figura comum nas jóias usadas pelas mulheres. O
que parecia ser uma moda passageira surpreendeu todos ao estabelecer -se no
gosto das pessoas.
Está totalmente
enganado quem pensa que isso se deve apenas à beleza da peça (que, convenhamos,
não é pouca). Esse símbolo tem uma filosofia muito significativa por trás.
Qual a origem
do símbolo da árvore da vida?
A origem exacta
da simbologia da árvore da vida é, ainda hoje, desconhecida. Isso acontece
porque ela é muito antiga e arrasta-se ao longo de muitas gerações. Portanto, a
falta de registos escritos torna a investigação complicada.
Qual o significado da árvore da vida?
Na verdade,
trata-se de um símbolo sagrado que tem como significado a criação, fecundidade
e imortalidade, ou seja, que remete muito com a figura das árvores, que
espalham as suas sementes para gerar novas vidas vegetais e, a partir disso, se
tornam imortais.
Ainda assim, para
mim, esta, é a verdadeira árvore da vida
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2022-03-30
nn-metamorphosis