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15/09/2015

Do provecto desalento



É no seu pranto que mergulha a alegria
No silêncio do seu canto, luz de outrora
Descrente de uma louca fantasia
Que como um lobo esfaimado a devora
Fez da pele um retalho de agonia

Abandonada pelo sonho, luz ausente
No seu grito emudeceu a melodia
E do sangue se fez lodo sem corrente
Quem a salva desta podre decadência
Ser ou ente que intervenha, até a morte

Nem orgulho já lhe resta, só demência
Entrega a alma ao devir ou mesmo à sorte
Mira em volta, num torpor embaciado
No degredo do deserto em que desmaia
Por desprezo do seu próprio desalento
Quase cega, resta um sopro desfigurado

 *****
2006-09-15
nn(in)metamorphosis

6 comentários:

  1. Muito lindo, minha poetisa inspirada! Mas hoje não é dia de desalento e sim de alegria. Venceste mais um ano, não venceste??? Outros virão, e façamos figas para que sejam melhores. Carpe diem, sê feliz, que tu mereces. Beijinhos

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    Respostas
    1. É o último ano em que faço anos neste dia, a partir de agora, vou respeitar o BI mesmo que errado :))

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  2. Anónimo15/9/15

    Eu sabia,...

    No fundo és uma poetisa!

    (fora de brincadeiras, gostei muito)

    :)

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  3. Foste brilhante!
    Que inspiração...

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  4. Se há um sopro, há esperança.

    Beijos, noname. :)

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