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31/01/2015

Do ser… ou não poder ser




Carreguei no botão do PC, que respirou soltando aquele pip com que diz , aí vou eu. Não sabia o que ia fazer e por onde começar. Na verdade, não me apetecia começar nem acabar nada. Como sempre, findo o Verão, a letargia toma-me o pulso e quando o Inverno se instala, o ritmo cardíaco baixa drasticamente, e surge um cansaço de tudo e de nada. Hoje, por exemplo, não me apetecendo nada, apetecia-me ser:

Som de música, olhos de certezas, dona do tempo, 2pontos parágrafo travessão de uma história, traço firme de uma imagem, valsa de Strauss, bolero de Ravel, decididamente, apetecia-me ser tudo aquilo que não posso ser.


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2015.01.031
nn(in)metamorphosis 

23/01/2015

Cantigas ao Desafio XXVI



Rodeada de folhas
Que soltas deixam cair palavras
Tento apanhá-las
e vislumbro algumas de relance;

Andar
Dar
Continuar

Mas que falta de ar!
Reanimar folhas que perdem palavras
É tarefa árdua e leviana talvez
Mas que insensatez!

Vou deixar que voltem ao seu contexto.
Mas que pretexto para escrever um texto! 

2015-01.22 - HHoje 
(Cópia integral e autorizada)


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Rodeada de folhas

Com tretas e letras
Umas coloridas outras pretas

Em folhas impressas de jornal
Nele se anuncia a vida e também o funeral

Em letra miúda, anuncia o agiota
Diz-se honesto, mas sabemos, faz batota

E o cavalheiro de 70 - Quer menina de 40
Pra relação séria, acrescenta

E a cocote pouco vestida
Diz que cobra pouco, pelas caricias, atrevida

Politiquices em parangonas
E vip’s  e matronas

Assassinos e ladrões
A monte, em preventiva, aos montões

A banca que cai do banco
Depositantes que vêm a vida a ir pelo barranco

Mais um conto do vigário
E mais pobre um sexagenário

Um derby com pouco desportivismo
De futebol? Não era de pugilismo?

"Mas que falta de ar!
Reanimar folhas que perdem palavras
É tarefa árdua e leviana talvez
Mas que insensatez!"

Vou ali e já venho
Que para continuar me falta já o engenho

2015.01.23
nn(in)metamorphosis