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26/11/2012

Cantigas ao desafio XXI




Tu - Preâmbulo

    Quando, inevitavelmente, aqueles dois olhares se cruzam
    Há um assombro vestido de sorriso,
    Misto de surpresa e compromisso
    Há uma mensagem lida nos olhos, biunívoca
    E inicia-se o princípio do fim
    Quando aqueles dois olhares se fixam
    Nada mais existe em redor
    O tempo perde o sentido
    Os sentidos perdem-se no tempo
    E os corpos são apenas olhos
    E os olhos são apenas sensações
    E as sensações são somente quentes
    E o calor emana em linhas direccionadas
    Mil mensagens são transmitidas nos dois sentidos
    Sem qualquer som
    Até que os olhares se fundem
    Nada mais importa, nada mais interessa
    A cegueira é absoluta
    E quando, finalmente, baixando suavemente a cara
    Puxa um sorriso docemente maroto de canto de boca
    Na fracção do pestanejar
    A rendição é inevitável
    Sob o signo da lua cheia

               2012.11.15 vc
(cópia integral e devidamente autorizada)

          ******
Sob o signo da lua cheia
bem no principio do fim
fundem-se  olhares e mãos
na premência das ausências
até mesmo as indecências
a cada anoitecer
fundem-se  vozes, presenças
pensamentos e desejos
inda por acontecer
funde-se também a pele
e esquecendo a lonjura
a fome feita ternura
um é pão, o outro é mel
e num fundir tão sentido
devagar… tão calmamente
o distante, ali tão perto
que sem que deem por isso
desaparece o deserto
e do luar
resta o feitiço

        16.11.2012
nn(in)metamorphosis


1 comentário:

  1. Parabéns a quem se deixa desafiar.
    Sob o signo da lua resta o feitiço.
    Muito bom. Beijo.

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